Dados dos CEOs internacionais

Traçar um rumo através da complexidade

Embora os CEOs mantenham a confiança no futuro da economia global, as suas opiniões sobre o que representa um risco para a sua empresa, mudaram significativamente. O fluxo persistente na política global, na dinâmica comercial e nas relações internacionais exigiu um novo nível de resiliência dos CEOs. Estes têm vindo a reavaliar as suas prioridades estratégicas, centrando-se na gestão de talentos e nas elevadas expetativas dos stakeholders, em relação às questões ambientais, sociais e de governação (ESG).

A happy man standing outside the office building

A confiança na economia mundial mantém-se praticamente inalterada de ano para ano, ultrapassando os níveis de confiança anteriores à pandemia. Cerca de três em quatro CEOs portugueses estão confiantes no crescimento da economia nacional, nos próximos três anos, e 90% acreditam que a sua empresa terá um desempenho positivo no mesmo período de tempo.

Conforme o gráfico abaixo, este otimismo é partilhado também pelos líderes globais, cuja confiança na economia global tem vindo a crescer ao longo dos últimos três anos. 

Isto é acompanhado por uma mudança significativa na forma como os CEOs abordam os riscos de crescimento das suas empresas. Os CEOs nacionais elencam as tecnologias emergentes e disruptivas (28%) como a maior ameaça para o seu negócio, seguido do risco operacional (22%) e do risco de quebra da cadeia de abastecimento (16%).

Os CEOs internacionais, conforme gráfico abaixo, classificam agora a geopolítica e a incerteza política como o maior risco para o crescimento do seu negócio – quer se trate da presença de uma empresa numa zona de conflito ou da tentativa de navegar em cadeias de abastecimento perturbadas e gerir as variações de preços. Esta mudança indica que os CEOs globais compreenderam o facto de que o risco geopolítico não é apenas uma consideração a curto prazo. Num mundo geopoliticamente fragmentado, os CEOs tornam-se frequentemente atores políticos. A sua abordagem deve elevar a política na agenda da sala de reuniões, criando simultaneamente uma estratégia em torno do risco geopolítico que inclua conhecimentos especializados, planeamento de cenários e testes de resistência.

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Os CEOs enfrentam obstáculos a curto prazo para alcançar um crescimento nos próximos 12 meses. Por exemplo, mais de três em cada quatro CEOs internacionais (77%) afirmam que o aumento das taxas de juro e o estreitamento das políticas monetárias poderão prolongar potenciais ou atuais recessões, enquanto que nos próximos três anos, 77% acreditam que as tensões do custo de vida terão um impacto negativo na prosperidade da sua organização.

À medida que os CEOs globais navegam e respondem a estes desafios, reconhecem que demonstrar integridade pessoal é a chave para construir confiança, com uma maioria (71%) a afirmar que estão preparados para abdicar de uma parte lucrativa da sua empresa se esta estiver a prejudicar a sua reputação. À medida que a geopolítica aumenta nas agendas dos conselhos de administração, 61% dos CEOs afirmam que tomariam uma posição pública sobre uma questão política ou socialmente controversa, apesar das preocupações do conselho de administração.

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Perspetivas Económicas - Conclusões Nacionais



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Two people working on the laptop 01

A inteligência artificial (IA) está a transformar quase todos os campos da atividade humana e está integrada em cada vez mais aspetos da vida quotidiana, das empresas e da sociedade. À medida que ferramentas como o Bard e o ChatGPT ganham proeminência, os CEOs globais reconhecem cada vez mais o potencial, aparentemente ilimitado, da IA generativa e estão a manter o pé no acelerador em termos de investimento e exploração da tecnologia.

Um dos principais contrastes deste estudo entre a perspetiva nacional e internacional regista-se na forma como os líderes olham para a IA generativa, uma vez que 84% dos CEOs portugueses não perceciona esta tecnologia como uma prioridade de investimento, ao passo que a nível global, 69% dos inquiridos identificaram-na como um dos fatores-chave para o negócio.

Os CEOs globais estão a fazer da IA generativa uma prioridade de investimento de topo, conforme mostra gráfico abaixo. O inquérito mostra que 70% estão a investir fortemente na IA generativa como a sua vantagem competitiva para o futuro, com a maioria (52%) a esperar ver um retorno do seu investimento dentro de três a cinco anos. De facto, o aumento da rentabilidade foi citado como o benefício número um da implementação da IA generativa numa organização (22%).

No que diz respeito aos principais benefícios da incorporação de tecnologias disruptivas nas suas organizações, a grande maioria dos CEOs inquiridos estão alinhados: o principal benefício é o aumento da rentabilidade do negócio, com 40% das respostas dos CEOs nacionais e 22% das respostas dos CEOs internacionais.

De acordo com o nosso recente estudo, KPMG Global Tech Report, 55% das organizações afirmaram que o progresso em direção à automatização foi atrasado devido às suas preocupações sobre a forma como os sistemas de IA tomam decisões.

Apesar da vontade em avançar com os seus investimentos, os CEOs globais reconhecem que as tecnologias emergentes podem introduzir riscos que devem ser abordados. Cinquenta e sete por cento citam os desafios éticos como a principal preocupação quando se trata de implementar a IA generativa, seguidos de perto pela falta de regulamentação. À medida que o escrutínio e a regulamentação da IA aumentam, as organizações poderão precisar de políticas e práticas que possam articular e aplicar com confiança.

Os diretores executivos estão também a debater-se com o facto de as tecnologias de IA terem aumentado os riscos de cibersegurança. Apesar de a IA poder ajudar a detetar ataques cibernéticos, 82% acreditam que também pode trazer novos perigos ao fornecer novas estratégias de ataque aos adversários. E mesmo com toda a atenção que tem sido dada à cibersegurança nos últimos anos, mais de um quarto (27%) dos CEOs ainda não está preparado para um possível ataque cibernético (contra 24% no ano passado), enquanto mais de metade (53%) afirma estar.

É essencial que os CEOs liderem, garantindo que as suas organizações adotam frameworks sólidos de IA responsáveis e se concentrem na segurança e na governação.

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Tecnologias Emergentes - Conclusões Nacionais



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People in a meeting room

O cenário global desafiador deste ano sublinha as tensões que os CEOs sentem ao tomar decisões sobre uma variedade de questões críticas – e que têm impacto na forma como os CEOs planeiam apoiar e atrair talentos nos próximos três anos.

Em particular, os CEOs globais estão firmes na sua posição de apoio às formas de trabalho anteriores à pandemia, com a maioria (64%) a prever que o regresso pleno ao escritório está apenas a três anos de distância, conforme gráfico abaixo. Isso permanece consistente com as suas opiniões na edição de 2022 do CEO Outlook. Além disso, 87% dos CEOs dizem que provavelmente recompensarão os funcionários que se esforçam para ir ao escritório com atribuições, aumentos ou promoções favoráveis.

Este sentimento sublinha a persistência de um pensamento tradicional centrada no escritório entre os CEOs. Este sentimento tem como plano de fundo o debate em torno do trabalho híbrido, que teve um impacto amplamente positivo na produtividade ao longo dos últimos três anos e conta com um forte apoio dos colaboradores, em particular da geração mais jovem. À medida que as organizações continuam a implementar os seus planos de regresso ao escritório, é fundamental que os líderes adotem uma visão a longo prazo que englobe a proposta de valor para os trabalhadores e que contemple as considerações e necessidades dos mesmos, de modo a garantir que o talento é fomentado e valorizado.

Embora exista um amplo consenso quanto à importância da inclusão, diversidade e equidade (IDE), continua ainda a existir a preocupação quanto ao ritmo dos progressos. Dois terços dos CEOs globais (66%) afirmam que os progressos em matéria de inclusão e diversidade têm sido demasiado lentos no mundo empresarial e uma grande maioria (72%) afirma que alcançar a diversidade nos locais de trabalho exige a implementação de uma mudança ao nível da liderança senior. As opiniões nacionais e internacionais, quanto a esta evolução (Inclusão, Diversidade e Equidade), dividem-se: em Portugal 72% dos líderes não concorda que o progresso do IDE nas empresas tenha sido lento, opinião que não é partilhada por 66% dos CEOs globais, tal como referido acima.

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Talento - Conclusões Nacionais



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Two women with laptop in garden

O ESG é cada vez mais reconhecido pelos CEOs pelo que é: uma parte indispensável da sua estratégia empresarial que ajuda a garantir a resiliência do seu negócio e que o mesmo pode proporcionar um crescimento a longo prazo – mesmo quando confrontado com inúmeros desafios geopolíticos e económicos.

Apesar de um debate controverso em torno do termo ESG, os CEOs reconhecem que este continua a ser parte integrante das suas operações e estratégias empresariais – e têm vindo a adotar uma abordagem baseada nos resultados. Mais de dois terços (69%) dos CEOs globais incorporaram totalmente o ESG nos seus negócios como um processo de criação de valor, conforme gráfico abaixo. É ainda importante salientar que 35% dos CEOs afirmam ter alterado a linguagem que utilizam para se referirem a ESG, tanto interna como externamente, refletindo uma mudança no diálogo sobre ESG e assinalando uma tendência para dar prioridade às áreas que fazem mais sentido para as suas organizações.

Embora os CEOs globais acreditem que ainda estão a alguns anos de ver o retorno dos seus investimentos em ESG, reconhecem a importância que tem para os seus clientes e para a sua marca. Quase um em cada quatro CEOs (24%) acredita que, nos próximos três anos, o ESG terá um maior impacto nas suas relações com os clientes, e outros 16% acreditam que ajudará a construir a reputação da sua marca.

Os CEOs globais estão especialmente atentos às novas regulamentações e às mudanças políticas quando se trata de ESG. Apesar disso, 68% indicam que o seu progresso atual em matéria de ESG não é suficientemente forte para resistir a um potencial escrutínio por parte dos stakeholders ou acionistas. Já 80% dos CEOs portugueses declaram que estão preparados para o escrutínio dos stakeholders e dos acionistas em matérias de ESG, por oposição a apenas 32% dos líderes internacionais. A importância do tema do ESG é indiscutível, com os dados nacionais a indicarem que este poderá, a curto prazo, contribuir para a atração de talento (36%) e para a construção da reputação de marca (30%) e os resultados globais a destacarem o seu papel na criação de relações mais fortes com os clientes (24%). 

A dificuldade em equilibrar o progresso com o crescimento do negócio é ainda apoiada pelo nosso ESG Assurance Maturity Index, onde mais de metade dos executivos que se consideram preparados para a garantia ESG afirmam ser um desafio equilibrar os objetivos de garantia com as expetativas de lucro dos acionistas.

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ESG - Conclusões Nacionais



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Explore oportunidades de crescimento

Tecnologia

  • Adote a IA Generativa de uma forma ética, que faça o maior sentido para a sua empresa e que mantenha as necessidades dos seus funcionários e clientes em primeiro plano.

  • Mantenha-se a par das estratégias de ciberataque para que não exponha a sua empresa e funcionários a riscos.


Talento

  • Adote uma perspetiva de longo prazo no que diz respeito ao interesse dos colaboradores em optarem pelo trabalho híbrido ou remoto, de modo a garantir que o talento é cultivado e valorizado.

  • Defina o tom no início. Os líderes devem fazer da IDE uma prioridade evidente, definir objetivos reais, financiar iniciativas e nomear gestores para liderar programas com uma responsabilidade clara.


ESG

  • Posicionar o ESG como um motor de criação de valor quando se trata de crescimento empresarial, em vez de um risco a ser gerido. Abrem-se novos caminhos quando o ESG é considerado na conversa sobre crescimento.

  • Informe-se sobre as mudanças na regulamentação ESG permitindo manter a reputação da sua marca e a relação com clientes.

  • Concentrar os investimentos ESG em áreas alinhadas com os seus valores e os da empresa.


Metodologia

Sobre o KPMG 2023 CEO Outlook

A 9ª edição do KPMG CEO Outlook, realizada com 1.325 CEOs entre os dias 15 de agosto e 15 de setembro de 2023, fornece uma visão única sobre a mentalidade, as estratégias e as táticas de planeamento dos CEOs.

Todos os inquiridos têm receitas anuais superiores a 500 milhões de dólares e um terço das empresas inquiridas têm mais de 10 mil milhões de dólares de receitas anuais. O inquérito incluiu líderes de 11 mercados (Austrália, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Itália, Japão, Espanha, Reino Unido e EUA) e 11 setores-chave da indústria (gestão de ativos, automóvel, banca, consumo e retalho, energia, infraestruturas, seguros, ciências da vida, indústria transformadora, tecnologia e telecomunicações).

NOTA: Alguns valores podem não corresponder a 100 por cento devido a arredondamentos.