The year is 2030. People and technology live in harmony. Trust is embedded into data. Interactions are cognitive. And government services are seamless, customer-centric and intuitive.

It is less than eight years away, but expectations for 2030 are already sky high. Across many spheres — technological, social, political, economic and others — transformation is underway and huge goals are being set. So what will the world look like in 2030? And what can public sector organizations be doing to help ensure they can meet these expectations?

We spoke with leaders and disruptors from around the world, across the public and private sector to explore answers to these questions.

Explore the predictions summary below and download the full report to see what leaders and disruptors from around the world are predicting on the future of digital government.

Explore as cinco áreas de disrupção em 2030

As tecnologias cognitivas permitem interações humanas naturais e intuitivas

Os serviços da administração pública são eficientes e intuitivos.

A Web 3.0 desbloqueou o metaverso.


Imagine que uma manhã, a caminho do trabalho, passa por um pequeno buraco na ciclovia. "Há aqui um buraco", murmura para o microfone do seu telemóvel. No dia seguinte, o buraco desapareceu. Mas como? Graças a uma administração pública cognitiva e intuitiva. Disse ao seu telemóvel que identificou um problema. Utilizando tecnologias de conversão de voz em texto e de análise, o telemóvel concluiu que se tratava de um problema relacionado com infraestruturas. Detetou a sua localização exata e transmitiu as informações, que se traduziram numa ordem de serviço, no envio de uma equipa de manutenção rodoviária (um trabalhador humano e uma máquina automatizada) e na resolução do problema. Simples. Intuitivo. Cognitivo. Assim será o mundo em 2030.

Uma das mudanças mais visíveis na relação com o cliente em 2030 será talvez o facto de muitas destas coisas acontecerem já hoje na realidade virtual. A Web 3.0 e o metaverso criaram espaços onde muitos cidadãos interagem atualmente com a administração pública e profissionais de saúde, bem como com empresas privadas e comunidades. Cada vez mais, os mundos virtuais estão a tornar-se o canal de eleição tanto para os cidadãos como para os governos.


A Web 3.0 e o metaverso obrigaram os governos a repensar o seu papel num mundo descentralizado.

Os modelos de funcionamento da administração pública tornaram-se mais ágeis, cooperativos e resilientes.

A transição para a Web 3.0 está a impulsionar a transformação noutros domínios.


Em 2030, os governos reconheceram que o seu papel num mundo descentralizado mudou drasticamente em relação ao passado. Os modelos de funcionamento das administrações públicas tornaram-se muito mais ágeis e transparentes. Com efeito, muitos governos recorrem agora ativamente ao crowdsourcing para o desenvolvimento de código por cidadãos programadores, criando uma rede de capacidades resiliente e ágil que impulsiona a diversidade e reforça a confiança. Por esta via, os governos criaram uma plataforma mais flexível, resiliente e responsiva através da qual podem prestar os seus serviços.

Ao mesmo tempo que tiveram de repensar o seu papel num mundo descentralizado, os governos também tiveram de repensar a sua presença. Em 2030, gastam-se biliões de dólares no metaverso, que conta com milhares de milhões de utilizadores. E esses números aumentam exponencialmente. Os cidadãos descobriram que a Web 3.0 é mais segura, flexível e ágil, o que levou ao abandono em massa das plataformas Web 2.0. Os governos tiveram de desenvolver rapidamente as suas capacidades no metaverso, a fim de poderem receber os dados de forma adequada e dar-lhes o devido seguimento.


Os consumidores adotaram rapidamente os aspetos dos dados descentralizados e autossoberanos da Web 3.0.

Houve uma redefinição total da confiança e da segurança dos dados, à medida que novas tecnologias como a computação quântica se tornaram mais acessíveis.

Os governos foram obrigados a adaptar-se em conformidade.


Ainda há bem pouco tempo, os tokens não fungíveis (NFT) eram considerados uma novidade. No entanto, em meados da década de 2020, as pessoas aperceberam-se de que podiam utilizar NFT para guardar e gerir os seus próprios dados pessoais. Seria possível criar contratos inteligentes para desbloquear certos bits de dados, destinados a determinados utilizadores, para utilizações muito específicas. Os dados começaram a tornar-se descentralizados e autossoberanos.

Este processo foi, em parte, impulsionado pela introdução da Web 3.0, a qual, por sua vez, se baseia numa arquitetura de gestão e de dados muito descentralizada. As arquiteturas da Web 3.0 proporcionaram às pessoas as ferramentas de que necessitavam para se apropriarem dos seus dados. As violações de segurança nos grandes lagos de dados (data lakes) na cloud suscitaram preocupações sobre a forma como os dados pessoais estavam a ser geridos. Isso colocou em marcha um movimento de cidadãos e empresas desejosos de recuperar os seus dados dos lagos de dados centralizados e opacos em que se encontravam até então.

A evolução da Web 2.0 para a Web 3.0 não foi apenas impulsionada por empresas ou governos, mas também pela procura, por parte dos cidadãos, de uma forma diferente de organizar os dados.


As soluções low-code (pouco código)/no-code (sem código) e as ferramentas de automatização tornaram-se banais para as administrações públicas.

Os cidadãos programadores estão a transformar as suas vidas e as suas organizações.

A natureza do trabalho está a mudar por influência dos nativos digitais e de novas capacidades.


Em 2030, quando um indivíduo é incumbido de uma tarefa rotineira, é provável que simplesmente a automatize. E isso é fácil. Com as plataformas de low-code/no-code, qualquer pessoa tem acesso a ferramentas e capacidades que lhe permitem criar ou personalizar uma aplicação. As interfaces de utilizador drag-and-drop (arrastar e largar) e os componentes pré-construídos praticamente eliminaram a codificação linha a linha. Os cidadãos programadores estão em todo o lado.

Graças à adoção de técnicas de low-code/no-code, um público muito mais vasto, não técnico, começou rapidamente a criar soluções. Isso, por sua vez, ajudou a reduzir o défice de competências que estava a abrandar o ritmo da transformação digital. Conferiu aos trabalhadores o poder de personalizar soluções para dar resposta às suas necessidades e realidades concretas, aumentando assim a produtividade e a eficiência. Permitiu que as organizações, públicas e privadas, se tornassem muito mais ágeis e centradas no cliente.

No setor público, os funcionários passaram a poder desenhar, testar e executar plenamente aplicações feitas à medida em poucos dias graças às técnicas de low-code/no-code. Muitos funcionários públicos utilizam as suas competências para personalizar soluções empresariais em massa, adaptando-as às suas necessidades ou circunstâncias específicas.


Os progressos realizados nas agendas ambientais, sociais e de governação (ESG) são medidos com precisão através da Web 3.0 e dos dispositivos da Internet das Coisas (IoT).

Os gémeos digitais e os mundos virtuais permitem às pessoas compreender o impacto das decisões.

O investimento público em novas tecnologias e modelos desencadeou um crescimento sustentável.


A arquitetura da Web 3.0 permitiu interligar, de uma forma sem precedentes, sensores e dispositivos da IoT que, em 2030, fornecem aos cidadãos e decisores um conjunto de dados pormenorizados sobre as suas ações e atividades. Por outro lado, os responsáveis pelo planeamento urbano e os promotores imobiliários utilizam gémeos digitais e mundos virtuais para fazer todo o tipo de simulações, desde o desenvolvimento de novos sistemas de trânsito até ao design de componentes individuais minúsculos. Consequentemente, os investimentos públicos são muito mais eficientes, eficazes e sustentáveis do ponto de vista ambiental.

Realizaram-se investimentos avultados em infraestruturas espaciais para ajudar a medir e a gerir as alterações ambientais na Terra. E dispomos de uma combinação de várias fontes de dados que nos ajudam a compreender de uma forma muito mais profunda os impactos e os riscos para os seres humanos.

Graças ao investimento público, foram lançadas várias indústrias e áreas de serviços em expansão que estão a contribuir para um crescimento económico mais sustentável. Os governos ajudaram a promover grandes ecossistemas de IA e investiram em soluções do setor público para o metaverso. Em cada um destes casos, surgiram novas indústrias e inovações que servem a população em geral, criam novos postos de trabalho, atraem talentos do estrangeiro e impulsionam mais investimentos.


Comece hoje. Esteja preparado para o amanhã.

Com base nestas previsões, que medidas concretas podem os organismos governamentais e do setor público começar a adotar hoje? Apresentamos aqui seis ideias.

  1. Recomece com uma visão ousada e holística. O mundo de 2030 não será necessariamente o reflexo de uma mudança progressiva a partir daquilo que é hoje. Será um novo paradigma que poderá exigir uma nova forma de pensar e uma ação ousada e holística. Em vez de partir do statu quo, tente começar pelas necessidades dos cidadãos. Deverá ser esse o ponto de partida.
  2. Descubra as tecnologias e as tendências da Web 3.0. A Web 3.0 é muito diferente da Internet do passado. Baseia-se em tecnologias diferentes e é controlada de formas diferentes. Poderá mudar a forma como pensa sobre a sua empresa ou a sua área de interesse. Vale a pena aprender isso agora.
  3. Prepare os seus futuros modelos de retenção de talentos e de mão de obra. Pense na forma como irá incentivar os nativos digitais a ingressarem e a permanecerem na sua organização. E considere como irá fazer progredir os seus colaboradores atuais para terem sucesso e serem inovadores num mundo centrado nos clientes da Web 3.0.
  4. Reavalie os seus modelos de governação. Estão a ser introduzidas novas práticas de governação que podem implicar alterações significativas na forma como a regulamentação é criada e aplicada. Ao mesmo tempo, a descentralização dos dados exigirá novos conceitos em matéria de proteção de dados e de segurança dos consumidores.
  5. Imagine-se no metaverso. Não há dúvida de que o metaverso está a tornar-se um canal e uma tecnologia essencial para ligar as pessoas aos governos e aos prestadores de serviços. Participe agora em projetos-piloto para explorar como poderá ser a sua presença num metaverso e como poderá aí servir os seus clientes.
  6. Crie o seu ecossistema. Num mundo descentralizado, a administração pública faz parte de um ecossistema de agentes e facilitadores que trabalham em conjunto para satisfazer as necessidades dos cidadãos. Chegou o momento de começar a estabelecer essas relações e a participar em projetos-piloto para ganhar experiência e definir novos modelos.